Com o Dia dos Pais chegando, é importante para refletir (e agradecer!) o quanto que nossos “velhos” influenciaram no que somos hoje. E, enquanto pais, o quanto estamos sendo responsáveis pelo futuro de nossos filhos.
É bem sábio afirmar que os primeiros Coaches de nossas vidas foram nossos pais. Eles ouvem, observam, questionam, comemoram conquistas, reprimem falhas, mudam de estratégia de forma a ajudar seus filhos a encontrar as melhores saídas e soluções para suas metas e objetivos. Esse também é o papel básico de um Coach.
Ser pai é um exercício contínuo de liderança, com missão, visão e valores. É necessário ter inteligência emocional, autocontrole, atenção, flexibilidade, saber reconhecer erros, pedir desculpas quando necessário, mudar de estratégia em muitos momentos, ser enérgico, amoroso, dar oportunidades, possibilitar o aprendizado, dar feedbacks, ser congruente, orientador, motivador, criativo, e tudo mais que um bom líder precisa ter. Parece fácil, mas é mais desafiador do que se imagina.
O caráter e as características mais marcantes de um ser humano são formados até, aproximadamente, os sete anos de idade. Na infância, já é possível identificar na criança habilidades, capacidades e valores que servirão de bases para a vida pessoal e profissional, tais como: capacidade de relacionamento, comunicação, liderança, raciocínio, redação, pró-atividade ou habilidades mecânicas como aptidão para um determinado esporte, costura, entre outros. Portanto, o estímulo ou desestímulo dos pais no desenvolvimento dessas habilidades durante toda a infância fazem uma imensa diferença nos resultados obtidos por ela durante toda a sua vida.
Os pais, ao reconhecerem essa sua função de Pai Coach, serão capazes de criar pessoas mais seguras e com objetivos de vida mais concretos. É questionar-se se suas crenças e a lista de “certo” e “errado” herdadas pelos seus pais fortalecem ou limitam, não somente aos seus filhos, mas a si próprio.
Suzana Azevedo, uma especialista em Coaching, afirma: “Por meio do aprimoramento das competências já existentes, focando em ações para atingir metas e desejos pré-determinados, a criança cresce sabendo o seu propósito, sendo capaz de aproveitá-lo de forma mais completa em sua vida se tornando uma pessoa mais feliz e mais produtiva”, considera. A teoria é defendida também pelo professor e escritor inglês Sir Ken Robinson, PhD em desenvolvimento da educação, criatividade e inovação. O professor defende que os pais ajudam as crianças a brilharem. Para ele, se a capacidade encontrada na infância não for incentivada, o sistema educacional e de trabalho se encarregam de anular e transformar a pessoa em um indivíduo ordinário.

Com a observação diária das crianças pelos pais, é possível descobrir como elas brincam, se relacionam, aprendem, se comunicam, e ainda identificam quais são os temas pelos quais se interessam. A partir daí, os pais devem proporcionar experiências para avaliar esses diversos caminhos ainda na infância, ou seja, identificar o que realmente vale a pena estimular. Esta dinâmica ajudará a criança na chegada da vida adulta com consciência da sua paixão e trabalhar o seu potencial por completo.
O verdadeiro Pai Coach não é aquele que protege seu filho do mundo. É aquele que mostra o seu filho para o mundo e o prepara para tudo o que está por vir. A vida é uma dádiva e ela deve começar a ser desfrutada desde o momento em que inalamos oxigênio através de nossas narinas pela primeira vez!
Certamente é muito bom saber vencer e reconhecer aqueles que nos ajudaram a chegar lá. Mas, melhor ainda é saber lidar com as quedas com coragem e autoconfiança. São nos momentos em que caímos e nossos "velhos" nos ensinam a levantar, que percebemos o quanto somos capazes de recomeçar.
É muito bom aquele olhar de admiração e orgulho quando nos vêm de pé novamente...
Karen Winna, Life, Leader & Executive Coach
winna@winnacoaching.com.br